Solidão


Solidão não é um bicho de sete cabeça! As vezes precisamos dela para nos conhecermos, para nos descobrirmos. Mas se a solidão é tão dolorida, precisamos saber conviver com ela.
Há varias maneiras de se estar só. Podemos estar só em algum lugar ou estar em uma multidão e mesmo assim nos sentirmos só.
Não sou psicóloga, não tenho estudo algum sobre isso e talvez vocês não se interessem em ler algo de alguém que não entende profundamente do assunto.
Mas acredite, eu entendo bem do assunto. Não sou uma solitária, e nem me considero hoje assim, mas um dia ela foi minha companheira. "Só, no meio de uma multidão" e conheço muitas pessoas assim. Hoje passo minha experiência à essas pessoas, pois descobri algo que muitos tentam e não conseguem... Conviver com a solidão.
A solidão é vista como uma vilã. Eu a via assim. Tinha medo de ficar só.
Sempre fui dependente de amar alguém. Quando criança queria ficar grudada em minha mãe. Quando ela foi ter o meu irmão, e eu e minha irmã tivemos que ficar com a minha tia, fiz um escândalo tão grande, que tiveram que me levar para a maternidade, e me colocaram no quarto escondida para ficar com a minha mãe (crianças não são permitidas em maternidades ou hospitais).
No meu primeiro dia de aula, chorava muito ao ver minha mãe me deixar na escola.
Ao crescer me apaixonei pela primeira vez e isso me fez muito mal, pois conheci a dor já desde pequena. O menino era insuportável, daqueles que não tem tato com as meninas. Nem sei por que gostava dele. Mas o amor, já fazia parte dos meus planos. Acho que nasci pré-disposta a amar.
Nesse ínterim amei meu vizinho e sofria por ele também. Bem, até completar 13 anos digamos que me apaixonei varias vezes, e sofri todas essas vezes. Afinal, uma coisa é se apaixonar e outra é ser criança demais para se apaixonar. O que se pode fazer? namorar? Não na minha época. Hoje ouço meus filhos me contando sobre namoros reais entre crianças... Assustador para mim que sou mãe, mas e se eu fosse dessa época de agora? Seria como minha filha, obediente (espero que ela seja, para o bem dela..rs)e diria... Não eu sou muito jovem para pensar em namoricos...
Eu não tive essa oportunidade. Só meninas se apaixonavam na minha época e não os meninos.
Bem, aos treze anos meu pai desconfiou que eu seria pedida em namoro e deixou que eu aceitasse, mas com uma lista preparada de advertências e proibições. Uma delas era que eu não poderia beijar, por isso meu primeiro beijo foi catastrófico, pois meu namoradinho me roubou três vezes um beijo e as três vezes bati-lhe no rosto...
Ai a solidão batendo na porta! Estava prestes a perder o meu primeiro namorado!
Mas eu sempre tive a virtude de falar o que queria e reclamei para minha mãe a situação. Ela intercedeu por mim e eu fui autorizada a dar beijos (selinhos como se diz hoje). Ah meu Deus! Nos dias de hoje... acho que nem existe isso.
Entre idas e vindas de namoro, eu e meu primeiro namoradinho namoramos por 6 anos. Ele morava em Niterói e era mais difícil nos vermos.Sofri todas as vezes que terminamos. Sentia medo de estar só.
A solidão na adolecência é muito ruim, pois não temos a visão de que teremos um mundo inteiro pela frente e que não vamos ficar sós por muito tempo. Diferente de quando já passamos dos 40 e estamos sós. Se eu me basear de que morrerei aos 90 ou 100 anos, ainda tenho uma vida inteira pela frente e não preciso ainda ter medo da solidão, mas se eu me basear que estou ficando de cabelos brancos, engordando, cheio de "pequenos defeitos" no corpo (não sou uma pessoa exagerada e nem dedo duro, por isso não vou delatar os meus defeitos), ai eu realmente teria que me preocupar.
Tenho hoje 48 anos e como as mudanças acontecem mais rápidas agora, acho que deveria me preocupar lá pelos 55 anos talvez...
Mas espera aí!!! Não solidão! Não venha me enganar! Eu já superei essa fase e sei como lidar com vc! Por isso! Estarei muito bem aos 55 anos e melhor aos 60!
Como?
Eis o segredo!
No auge da minha adolescência, eu até que era paquerada e paquerava, mas a partir dos meus 20 anos é que eu comecei a me descobrir. Me achava bonita e me valorizava.
Continuei me apaixonando, mas sofria menos, pois chorava um dia inteiro, e no dia seguinte me olhava no espelho e me dizia: Hoje é um novo dia! E bola para frente.
Aos 25 anos era o prazo que dei para me casar, então fiquei noiva e me casei aos 27 anos. Digamos que fui feliz enquanto durou e resolvi usar esse lema na minha vida por muitos anos à frente até chegar aos 35 anos. "que no amor,  seja infinito enquanto dure!". Parecia uma boa forma de se viver, mas eu percebo que eu não entendi o contexto do meu bordão! "Que o amor seja infinito enquanto dure", queria dizer que um dia ele poderia acabar. Existia essa possibilidade, não é?
O infinito não tem fim, mas se eu o coloco na frase onde diz enquanto dure... quer dizer que há a possibilidade de terminar! E sempre terminava. Eu deveria profetizar. Que o amor seja infinito em minha vida!
Tarde demais para pensar nisso!
E aproveitando o momento vou lhes ensinar algo muito importante:
Já ouviram falar de "As palavras tem poder"? Pois quem as disse tinha ideia do que dizia. Pois o que dissermos aqui na terra, ligamos tudo no céu. Acontece!
Quando eu já estava cansada de sofrer, de ter me divorciado, depois de ter tido dois filhos maravilhosos, mas, sozinha por que não deu certo, me isolei de tal forma que não havia alegria. Meus filhos eram a única coisa que me fazia sobreviver.
Então fui para a Igreja...
Ok, vc deve estar pensando: "Nossa ela vai falar de Igreja?"
Não, eu vou falar de liberdade.
A Igreja só foi o primeiro passo de eu me libertar da solidão.
Estava eu perdida, olhava para meus filhos e pensava, o que será da vida deles? Eu não tinha muita alegria. Tudo dera errado. Era impulsiva, nervosa, irada.
Mas no dia que eu entrei na Igreja encontrei a mim mesma. Foi desmascarado toda a minha solidão, toda a minha falta de autoestima, toda forma de autopiedade.
Eu que era mistica, encontrei lá uma certa "magia". Descobri um Super Ser que fazia o impossível.
Da simpatia que costumava fazer, eu fiz propósitos.
Das cartas que "lia" para ver futuros, usei a oração para mudar o meu futuro.
Encontrei Alguém que me ouvia e me respondia. Encontrei uma alegria ao descobrir que Alguém me amava sem eu ter que fazer nada. Não precisava me enfeitar, me mascarar, ser uma pessoa educada, abafar defeitos para agradar. Eu era eu mesma e Ele me amava.
Lá encontrei pessoas que passavam pelos mesmos problemas e até piores. Parei de sentir pena de mim e passei ter pena dos outros, então eu aprendi a interceder por eles.
Não é conformismo, como muitos falam, o fato de vc ver que seu problema é pequeno em comparação aos dos outros, mas sim, que enquanto vc pode fazer algo por si ou por alguém e fica perdendo tempo com autopiedade.
Então comecei a mudar minha linha de raciocínio, comecei a acreditar que posso ajudar mais do que preciso ser ajudada.
A cada pessoa que posso doar um sorriso, um abraço, uma oração me faz sentir feliz!
Deus passou a ser a base de tudo.
Deixei de achar que tudo dependia de mim, pois se eu não era feliz, dependia de mim, se tudo dava errado era por culpa minha, se estou engordando é por culpa minha... ah isso é mesmo, tenho que parar de comer esses biscoitos que estou acabando de comer. Mas estão tão gostosos... rs
Bem enfim, Amadureci e não me abalo com qualquer situação. Paro hoje e penso o que posso fazer.
Oro para Deus para me esclarecer as dúvidas, me dar sabedoria pra resolvê-las e mansidão para aceitar as que não dá para resolver.
Meu dia a dia é alegre, pois meu foco é viver os Planos de Deus em minha vida.
Me olho no espelho e me amo. Vejo uma mulher envelhecendo, tendo que retocar com tintura os fios de cabelos brancos que crescem de quinze em quize dias... Mas que tem disposição ainda para deixá-los negros. Vejo uma mulher que tem mais filhos "adotados" do que gerados e que dá conta de colocar ordem em seus corações. Meus filhos gerados por mim são bençãos, não sou uma mãe normal como outras, mas sou amiga deles e isso possibilita termos dialogo sobre qualquer assunto.
Não há solidão mais, não nos permitimos.
Deus reina entre nós e a alegria se estabeleceu.
Existe uma saída e eu a encontrei. Existe a Verdade e a Liberdade e eu as encontrei.
Ele é o nosso Deus Vivo que se importa com cada um de nós. Gerou um filho de si mesmo e o mandou para nós em sacrifício para nos libertar de tudo o que é pecado, enfermidade e roubo.
Cada vez que vc acha que não é nada, há um roubo da Verdade.
Cada vez que vc despreza a vida, há um roubo da Verdade.
Se sente presa em sua própria dor, há um roubo da sua Liberdade.
Deus enviou Jesus e Ele é a Verdade, o Caminho e a Vida. Quando descobrimos isso, vivemos a Verdade, Seguimos o Caminho e Vivemos a Vida.
Simples assim, sem drogas pra fugas, sem bebidas para esquecimentos, sem cartas de direcionamentos, sem lavagem cerebral, sem cobrança, sem trocas... simples assim.
Apenas seguindo uma regra: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo.
E ai... Adeus Solidão!
Seja feliz agora! A decisão é sua, mas a garantia é a de Deus!

Por Tita Marinho, filha de Deus!

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